REFLEXÃO: Os impactos da greve dos caminhoneiros no Brasil e seus motivos

Há aproximadamente 3 meses, presenciamos no Brasil um episódio incomum porém impactante em várias esferas do país. Uma simples reunião de um sindicato de trabalhadores insatisfeitos com a alta do diesel deu origem a uma das maiores paralisações que esse país já viu, impedindo o trânsito tanto dos pedestres quanto de serviços básicos, como combustível e comida.

Houve inúmeros impactos por conta de tal greve na vida dos brasileiros. Um dos maiores que podemos citar é a alta do preço dos combustíveis, já que os donos de postos de gasolina tentaram se adequar ao fato de o produto estar cada vez mais escasso nos reservatórios. Com isso, vimos um litro de gasolina que antes custava R$4,60 chegar a R$9,99 em alguns lugares. Outra baixa nos estoques foram os produtos alimentícios em geral. Supermercados com prateleiras vazias e pessoas sem saber como fazer para estocar os alimentos não sofrer com a falta deles. Isso tudo fora bloqueios em estradas, escolas sem aula e prejuízos enormes para empresas que não tinham como manter-se funcionando.

Tudo isso por conta de um simples fato: o Brasil é um país de transporte quase exclusivamente rodoviário. Voltando em 1950, quando o saudoso ex-presidente Juscelino Kubitschek iniciava o país em sua jornada rumo à industrialização, foi feita uma escolha da qual nos arrependeríamos mais tarde. Por conta de parcerias público-privadas, incentivos norte-americanos e investimentos de empresas de médio e grande porte, JK e seu comitê optaram por fazer do Brasil um país quase que totalmente rodoviário, deixando de lado outros meios de transporte mais baratos e mais úteis pro país.

Quando você centraliza a malha de transportes de um país em apenas um modal, você corre o imenso risco de o país "parar" caso esse modal falhe por um motivo ou outro. Tivemos um claro exemplo disso durante a greve, onde os caminhoneiros, responsáveis por transportar quase tudo no Brasil, simplesmente deixaram de fazê-lo, afetando a tudo e a todos.

Outro fator que deve passar a ser discutido a partir de agora é sobre os combustíveis do futuro. Com a explícita dependência da gasolina para o funcionamento do país, chegou a hora de refletirmos sobre a criação ou o desenvolvimento de outras formas de combustível, como o hidrogênio e a eletricidade em automóveis. Pelo mesmo motivo das ferrovias, nunca é bom centralizarmos um produto-base ou processo produtivo, visto que a falta do mesmo causa consequências catastróficas.

Portanto, para que eventos como esse não causem tanto estrago no futuro, devemos buscar alternativas para descentralizar a produção e o transporte no país, tanto de meios de transporte quanto de maneiras de gerar energia para a população.



Referências: Aulas de Geopolítica do Ensino Médio e fatos reais


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